Banco Santander suspende financiamento para polêmica hidrelétrica brasileira

5 maio 2011

Os Uru-eu-Wau-Wau são uma das tribos que serão afetadas pelas hidrelétricas do Rio Madeira © Fiona Watson/Survival (1991)

Esta página foi criada em 2011 e talvez contenha linguagem obsoleta.

O maior banco da Europa, o Banco Santander, suspendeu o financiamento para a controversa barragem de Santo Antônio no Brasil, baseado em preocupações ambientais e sociais.

A decisão é um duro golpe para o projeto, parte de uma série de barragens planejadas para a Amazônia que geraram protestos no Brasil e no mundo. Em fevereiro deste ano, três líderes indígenas da Amazônia viajaram para a Europa para protestarem contra as barragens.

Santo Antônio e outra barragem, Jirau, estão ambas sendo construídas no rio Madeira, a um custo estimado de US$ 15 bilhões. As barragens irão devastar grandes números de indígenas, inclusive índios isolados, cuja presença próxima das barragens tem sido documentada pelo governo.

Relata-se que o Santander iria fornecer cerca de US$ 400 milhões para o projeto, mas agora suspendeu o seu financiamento a espera de novos estudos de impactos ambientais e sociais por parte das autoridades brasileiras.

Muitas organizações ao redor do mundo, incluindo a Survival International, apelaram para que o projeto seja suspenso.

Valmir Parintintin, líder de uma comunidade indígena Parintintin, declarou, ‘O governo até agora não chegou com nós comunicando o que vai acontecer com a hidrelétrica. O mercado, o supermercado do indígena é o rio… Se fazem a hidrelétrica como fica a cultura do índio? Alguém vai trazer comida aqui? Não. Ninguém vai trazer. Isso é a preocupação de a gente’.

O diretor da Survival, Stephen Corry, disse hoje, ‘A única coisa que esta barragem tem gerado até agora é um grande aumento de ultraje público com a forma como o governo está aparentemente preparado para passar por cima dos povos indígenas em nome do ‘desenvolvimento’. Esperamos que a decisão do Santander envie um poderoso sinal para as autoridades no Brasil, e que talvez agora eles realmente ouçam as pessoas cujas terras estão sendo destruídas com a construção dessas barragens’.

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