Presidente Bolsonaro ganha o prêmio ‘Racista do Ano’

14 novembro 2019

Delegação da APIB entrega o prêmio ‘Racista do Ano’ ao Presidente Bolsonaro na Embaixada Brasileira em Londres © Rosa Gauditano/ Survival International

Esta página foi criada em 2019 e talvez contenha linguagem obsoleta.

  • Presidente Bolsonaro ganha o prêmio ‘Racista do Ano’ da Survival International;
  • Protesto em frente à Embaixada Brasileira em Londres com delegação da APIB;

Dez líderes indígenas do Brasil participaram de um grande protesto em frente à Embaixada Brasileira em Londres no dia 14 de novembro para exigir o fim da destruição de suas terras e vidas.

No protesto, os líderes entregaram o prêmio ‘Racista do Ano’, que este ano foi conquistado pelo presidente Jair Bolsonaro por seu discurso abertamente racista e seus ataques genocidas contra os direitos dos povos indígenas.

Sangue indígena: Nenhuma Gota A Mais – jornada pela Europa
Os líderes indígenas estão em Londres como parte da jornada Sangue indígena: Nenhuma Gota A Mais organizada pela APIB – a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. Eles estão pedindo às pessoas na Europa que boicotem o agronegócio brasileiro até que seus direitos sejam respeitados.

Essa visita ocorre após um aumento de ataques contra os povos indígenas que ocorreram nas últimas semanas. Um Guardião da Amazônia, o indígena Paulo Paulino Guajajara, foi assassinado em uma emboscada realizada por pelo menos cinco invasores armados na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão, no dia 1º de novembro. Além desse ataque, o posto da FUNAI para proteger a Terra Indígena Vale do Javari, lar de indígenas isolados, no oeste da Amazônia, foi atacado recentemente por invasores armados.

Celia Xakriabá fala no protesto da APIB/Survival em frente a Embaixada Brasileira em Londres © Rosa Gauditano/ Survival International

Sonia Guajajara, coordenadora da APIB, disse: “O presidente Bolsonaro quer destruir os povos indígenas do Brasil. Seu racismo e ódio incentivam garimpeiros e madeireiros a invadir nossos territórios e a matar nosso povo. Mas eu tenho uma notícia para ele – amamos nossas terras muito mais do que ele nos odeia e nunca permitiremos que ele destrua a nós ou as florestas que protegemos por tanto tempo.”

Nara Baré, coordenadora da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) afirmou: “O que aconteceu com nosso parente, Paulino Guajajara, é um exemplo claro do que temos passado. Estamos reafirmando que é o nosso sangue que está sendo derramado por conta da soja e da madeira que vem para a Europa. Estamos aqui para dizer que a cada importação que é feita para a Europa, é o nosso sangue que vem. É hora de dizer basta! Medidas precisam ser tomadas e a responsabilidade é de todos, dos parlamentos, da sociedade civil, do consumidor e dos próprios empresários.”

O diretor da Survival, Stephen Corry, disse: “Desde que chegou ao poder, o presidente Bolsonaro montou um ataque implacável aos direitos dos primeiros povos do Brasil e está empenhado em abrir suas terras para a exploração de grandes empresas. Seus comentários abertamente racistas e sua recusa em assegurar os direitos indígenas, em especial o direito a suas próprias terras, estão alimentando a violência contra os povos indígenas em todo o Brasil. Se ele conseguir o que quer, os primeiros povos do país serão exterminados. Mas eles estão lutando com energia, bravura e determinação, e seus aliados também. E não vamos recuar."

Racista do Ano
Essa citação é apenas uma de muitas declarações racistas feitas pelo presidente Bolsonaro: “Pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto a americana, que exterminou os índios”

Desde que chegou ao poder, o presidente Bolsonaro tentou desmantelar a FUNAI, a Fundação Nacional do Índio. Sua retórica racista levou a um número assustador de invasões a territórios indígenas. Ele também está tentando facilitar a exploração de recursos em territórios indígenas para favorecer o agronegócio e as indústrias extrativas.

Contato para entrevistas
Para entrevistas com os líderes indígenas, entrar em contato com Priscilla Oliveira, no email [email protected]. As biografias dos líderes estão disponíveis aqui.

Notas aos Editores
1 – A Jornada é realizada pela APIB em parceria com organizações da sociedade civil para promover medidas que pressionem o governo brasileiro e empresas do agronegócio a cumprirem os acordos de preservação do meio ambiente e respeito aos direitos dos povos indígenas.
2 – A Survival International é o movimento global pelos povos indígenas. Somos a única organização que defende os povos indígenas ao redor do mundo. Ajudamos eles a defender suas vidas, proteger suas terras e determinar seus próprios futuros.
3 – Os vencedores anteriores do prêmio ‘Racista do Ano’ da Survival incluem o presidente Khama da Botsuana e um deputado brasileiro que disse que os povos indígenas do país deveriam ser deixados para morrer de fome.
4 – Na sexta-feira, dia 15 de novembro às 9am, a delegação da APIB vai entregar uma carta e uma petição na casa do primeiro ministro do Reino Unido Boris Johnson. Para mais informações: Alison Kirkman, Greenpeace. [email protected]/+44 020 7865 8255.

Elizeu Guarani Kaiowá entoa música indígena em frente a Embaixada Brasileira em Londres © Rosa Gauditano/ Survival International

Elizeu Guarani Kaiowá canta em frente a Embaixada Brasileira em Londres © Rosa Gauditano/ Survival International

Dinaman Tuxá em frente a Embaixada Brasileira em Londres © Rosa Gauditano/ Survival International

Sonia Guajajara fala em frente a Embaixada Brasileira em Londres © Rosa Gauditano/ Survival International

Delegação da APIB entrega o prêmio ‘Racista do Ano’ da Survival ao Presidente Bolsonaro na Embaixada Brasileira em Londres © Rosa Gauditano/ Survival International

Delegação da APIB entrega o prêmio ‘Racista do Ano’ ao Presidente Bolsonaro na Embaixada Brasileira em Londres, em novembro de 2019 © Rosa Gauditano/ Survival International


© Rosa Gauditano/ Survival International

Sarah Shenker da Survival International fala em frente a Embaixada Brasileira em Londres © Rosa Gauditano/ Survival International

Celia Xakriabá fala em frente a Embaixada Brasileira em Londres © Rosa Gauditano/ Survival International


© Rosa Gauditano/ Survival International

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