Brasil: Os índios Munduruku lutam contra barragens perigosas
12 dezembro 2014
Esta página foi criada em 2014 e talvez contenha linguagem obsoleta.
A tribo Munduruku embarcou em uma missão histórica para mapear seu território ancestral no norte da Amazônia brasileira, e evitar a sua destruição.
Os índios estão protestando contra uma série de barragens a serem construídas no Rio Tapajós e alguns de seus tributários, e também contra a mineração ilegal, a extração de madeira em suas terras e o fracasso do governo em proteger sua floresta.
Para os Munduruku, que somam cerca de 12.000, as invasões de suas terras e as barragens planejadas significam a destruição da floresta que lhes proporciona tudo o que eles precisam.
Eles afirmaram em uma declaração recente, “Este é mais um ato de violência contra nossos direitos, nossa floresta e o futuro do nosso povo.”
No mês passado, eles começaram a demarcar seu território para seu uso exclusivo – uma tarefa que o governo não fez, apesar de seu dever legal. De acordo com a constituição brasileira, todas as terras indígenas no Brasil deveriam ter sido devolvidas aos índios até 1993.
Os índios explicaram: “Nós estamos lutando pela nossa demarcação há muitos anos, sempre que a gente vai para Brasília a Funai inventa mentiras e promessas para nos acalmar. Sabemos que a Funai faz isso para ganhar tempo para construção da hidrelétrica do Tapajós, agora nós cansamos de esperar.”
O fracasso do governo para consultar adequadamente os índios sobre o projeto hidrelétrico também está em violação da lei brasileira e internacional.
Na semana passada, uma delegação Munduruku ocupou escritórios da FUNAI em protesto contra o projeto hidrelétrico e o fracasso das autoridades em reconhecer legalmente parte de suas terra, conhecido como Sawré Muybu.
Um líder Munduruku, Suberanino Saw, disse: “Nossa luta é grande e perigosa, mas nós sabemos que vamos vencer.”
Assista ao novo documentário ‘Os Índios Munduruku: Teçendo a Resistência’ pela cineasta Nayana Fernandez e leia uma carta aberta dos índios expressando suas reivindicações.