Alemanha congela fundos para o WWF após abuso de direitos humanos no Congo
25 julho 2019
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O governo alemão congelou fundos para o WWF devido a uma série de investigações realizadas pelo Buzzfeed que revelaram que a entidade financia, equipa e trabalha diretamente com guardas florestais que torturaram, estupraram e mataram pessoas.
O WWF suprimiu repetidamente as acusações de violência e abuso. No início de julho, o BuzzFeed revelou que o WWF ocultou provas de estupros e tortura que ocorreram no parque Salonga, financiado pela Alemanha e Estados Unidos.
Investigações sobre o envolvimento do WWF em atrocidades contra povos indígenas também estão em andamento nos Estados Unidos e no Reino Unido. Nos Estados Unidos, investigadores de um comitê do Congresso estão examinando se dinheiro dos contribuintes estava sendo usado para financiar os guardas florestais que cometeram os abusos. No Reino Unido, a Comissão de Instituições de Caridade está investigando se a divisão do WWF britânico realiza a devida diligência para assegurar que o financiamento não apoia ações violentas.
Os fundos congelados destinavam-se ao Parque Nacional de Salonga, na República Democrática do Congo, onde o WWF ocultou provas de estupro coletivo e tortura. Um relatório confidencial realizado pela entidade revela que guardas estupraram e torturaram quatro mulheres, duas delas grávidas, e, em outra ocasião, amarraram os pênis de aldeões com linhas de pesca. Documentos examinados pelo BuzzFeed mostram que o WWF solicitou que as autoridades alemãs não tratassem os detalhes da investigação e suas conclusões de forma pública.
A Survival International denuncia desde a década de 90 as atrocidades cometidas por guardas financiados e apoiados pelo WWF.
Stephen Corry, diretor da Survival, disse o seguinte: “Esperemos que a decisão do governo alemão seja o início de uma real mudança. Hâ décadas, os governos têm financiado roubos de terra e abusos de direitos humanos documentados promovidos por grandes ONGs de conservação. Os contribuintes não deveriam tolerar isso, tampouco a Comissão Europeia, ainda hoje uma das maiores financiadoras do parque Messok Dja, no Congo, que está, atualmente, roubando terras dos Baka.”