Fazendeiro brasileiro despreza pedido para parar de destruir floresta de índios isolados

11 fevereiro 2014

O fazendeiro brasileiro Marcelo Bastos Ferraz rejeitou o pedido dos Ayoreo para parar de destruir a floresta de seus parentes isolados © OPIT

Esta página foi criada em 2014 e talvez contenha linguagem obsoleta.

Em um encontro raro entre a tribo Ayoreo, o Ministro do Meio Ambiente do Paraguai, e um fazendeiro brasileiro responsável pela destruição em grande escala da terra ancestral da tribo, o fazendeiro rejeitou o pedido dos Ayoreo para parar de destruir sua floresta, o último refúgio de seus parentes isolados.

Na reunião, os Ayoreo disseram para o fazendeiro Marcelo Bastos Ferraz e a Ministra Cristina Morales, ‘O objetivo dos fazendeiros é desmatar, mas isso não é o nosso objetivo. Queremos proteger a floresta’.

Os Ayoreo isolados poderiam ser dizimados por doenças pegadas de estranhos em suas terras. Relatos recolhidos de Ayoreo recém-contatados confirmam que seus parentes isolados vivem em constante medo das escavadeiras que destroem sua ilha de floresta, que é cada vez menor.

Guiejna, uma mulher Ayoreo, no dia quando ela foi contatada em 2004. Agora ela sofre de tuberculose. © GAT

A empresa de pecuária Yaguarete Pora S.A., de propriedade de Ferraz, vem desmatando ilegalmente a floresta dos Ayoreo para abrir caminho para a carne destinada para os mercados da Europa, Rússia e África. Recentemente, recebeu uma licença ambiental para cortar mais floresta, causando indignação global.

Um Ayoreo disse à Ministra Morales, ‘Minha mãe e eu vivíamos na floresta. Sabíamos que havia muitas doenças. Depois do contato em 1986 muitas das nossas pessoas morreram, incluindo minha mãe. Nós não queremos que isso aconteça de novo… O Ministério será responsável pelas mortes, por ter dado (à empresa) a licença para derrubar a floresta.’

A Ministra Morales vem recebendo milhares de mensagens de apoiadores da Survival, pedindo-lhe para parar a destruição desenfreada da floresta dos Ayoreo. Mas na reunião, Morales disse aos Ayoreo que não havia nada que podia fazer para devolver a terra para eles.

Yaguarete Pora S.A. recebeu anteriormente o ‘Prêmio de Lavagem Verde’ da Survival, por ter disfarçado a destruição em larga escala da floresta como um esforço de conservação. A empresa alega que está protegendo a floresta, ao estabelecer uma ‘reserva natural’ em parte dela.

Descobertas recentes têm revelado que a floresta do Chaco paraguaio – lar dos Ayoreo isolados – está sendo cortada a um ritmo mais rápido do que qualquer outra floresta do mundo, e os índios estão desesperados para salvá-la de mais destruição.

Nixiwaka Yawanawá, um índio da Amazônia que trabalha com Survival International, disse hoje, ‘O governo paraguaio está plenamente consciente do que está acontecendo, mas mesmo assim continua a permitir que a floresta dos Ayoreo seja destruída, e as suas vidas ameaçadas. Precisamos gerar mais e mais atenção pública para a campanha, para que as vidas e a floresta dos Ayoreo isolados sejam protegidas.’

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