Gigante brasileira da mineração dá sinal verde para uma perigosa linha férrea

21 novembro 2012

Homem Awá. Os Awá estão avisando que a expansão da ferrovia poderá trazer consequências desastrosas © Fiona Watson/Survival

Esta página foi criada em 2012 e talvez contenha linguagem obsoleta.

O governo brasileiro deu sinal verde para um projeto de ferrovia que põe em perigo a tribo mais ameaçada do mundo.

A gigante mineradora, Vale, anunciou que obteve uma licença de instalação para a duplicação da ferrovia Carajás, que transporta minério de ferro desde a sua notória grande mina, ao Oceano Atlântico.

O projeto industrial do Grande Carajás já abriu essa parte oriental da Amazônia ao desenvolvimento e expôs os Awá a invasores que massacraram famílias por completo nas últimas três décadas, e que continuam a destruir a sua floresta.

A nova licença permite à empresa começar a construir uma segunda linha férrea, que permitirá os trens a se moverem simultaneamente em ambas as direções e aumentará a capacidade.

Os Awá alertaram que a expansão do projeto aumentará o barulho vindo da ferrovia, assustando a caça, e resultará em mais invasões.

Um homem Awá disse: ‘Nós não aceitamos a ampliação da ferrovia passando em frente ao nosso território. É muito ruim! Faz muito barulho! Os caçadores não caçam nada, a caça fica arisca e vai embora para longe’.

A Vale não consultou de forma apropriada os Awá sobre os planos, como é requerido pelas leis brasileira e internacional.

A Survival está demandando que a Vale respeite os direitos à terra dos Awá, ao invés de colocar-lhes a vida em perigo.

Mais cedo nesse ano, um juiz suspendeu o projeto, declarando que os estudos de impacto social e ambiental foram ‘insuficientes’, e que a expansão poderia causar ‘gravíssima degradação ambiental’. A sua sentença foi logo anulada.

No mês passado, a ferrovia foi paralisada pelos Awá e outras centenas mais de índios protestando para que seus direitos à terra sejam acolhidos. Mais cedo nesse mês, alguns Awá fizeram uma viagem sem precedentes a Brasília para aclamar pela proteção de sua floresta.

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