Indígenas da América do Sul condenam a falha em proteger tribos isoladas como “genocídio”
18 julho 2017
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29 organizações indígenas sul-americanas se reuniram no Brasil para criticar os governos por falharem em proteger as vidas e terras de tribos isoladas – uma situação que eles afirmaram ser equivalente a genocídio.
Representantes de tribos do Brasil, Peru, Colômbia, Paraguai e Venezuela participaram da grande conferência realizada pela ONG brasileira CTI em junho de 2017.
A conferência condenou o “aumento exponencial” da violência contra os indígenas no continente, e descreveu as falhas em proteger efetivamente o território de povos indígenas isolados como genocídio.
O Brasil recentemente foi criticado duramente devido aos cortes orçamentários à FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Estes cortes, especialmente aqueles que afetam as equipes de sertanistas que protegem os territórios das tribos isoladas, deixam os povos isolados perigosamente expostos à violência de estranhos e a doenças como a gripe e o sarampo, às quais não têm resistência.
O país é singular por ter tido duas condenações por genocídio em seus tribunais: ambas por crimes contra povos indígenas. A Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio da ONU foi assinada há 69 anos em dezembro de 1949.
Um senador brasileiro está propondo um projeto de lei no Congresso que declararia qualquer entrada não-autorizada em terras de tribos isoladas uma violação à “Lei do Genocídio” do país. No entanto, muitos temem que os laços do governo atual com a bancada ruralista podem impedir os esforços para uma proteção mais robusta dos povos isolados.
O senador, Jorge Viana, é do Acre, lar de muitas tribos isoladas, como os Sapanawa, os quais foram forçados a fazer o primeiro contato em 2014.
Todas as tribos isoladas enfrentam uma catástrofe, a não ser que suas terras sejam protegidas. A Survival International está comprometida em garantir estas terras a essas tribos e dar-lhes a oportunidade de determinar seus próprios futuros.