Tribo isolada ameaçada por "maior ficha suja" do Brasil

28 abril 2016

José Riva é conhecido como o maior ficha suja do Brasil e recentemente estava na prisão © Local media

Esta página foi criada em 2016 e talvez contenha linguagem obsoleta.

Na semana passada, a campanha da Survival para proteger uma tribo isolada na Amazônia trinfou em garantir o reconhecimento de seus direitos territoriais.

No entanto, os Kawahiva ainda enfrentam ameaças sérias, incluindo a recente liberação da prisão do homem chamado de “o maior ficha suja do Brasil.”

José Riva, ex-deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa do Mato Grosso, foi solto da prisão no início deste mês. Ele possui uma fazenda dentro do território dos Kawahiva, chamado de Rio Pardo, e sua liberação suscita receios de que ele possa tentar adquirir novas terras dentro do território.

Riva foi detido e preso em outubro de 2015 como parte da “Operação Metástase”, uma investigação policial sobre corrupção e desvio de fundos do Estado.

Ele é chamado de o “maior ficha suja” do Brasil, e existem mais de 100 casos nos tribunais contra ele por corrupção.

Ele também é acusado de aprovar licenças fraudulentas para registrar florestas no Mato Grosso. Nos últimos cinco meses de 2015, o Mato Grosso foi o único estado na Amazônia brasileira onde o desmatamento aumentou, em 15%.

Os Kawahiva são um dos povos mais vulneráveis do planeta. Eles são ameaçados pela violência de estranhos que roubam suas terras e recursos, e por doenças como a gripe e o sarampo, às quais não têm resistência. © FUNAI

Territórios indígenas que possuem algumas das últimas faixas de floresta estão sob enorme pressão de madeireiros e colonos. Em março, o Ibama multou invasores em R$ 14,7 milhões por exploração ilegal em 5.000 hectares da Terra Indígena Manoki.

Há algumas semanas, um relatório da SEMA – Secretaria do Meio Ambiente – revelou que 13 territórios indígenas (incluindo os dos Kawahiva e dos indígenas isolados Piripkura) têm propriedades rurais registradas dentro de seus limites. Terras pertencentes à tribo Manoki tinham 54 imóveis rurais cadastrados.

A SEMA afirmou que esses títulos são inválidos e que irá notificar os proprietários que os títulos de terra foram cancelados.

Dando seguimento à portaria ministerial para demarcar o Rio Pardo, a Survival está presionando a FUNAI para que mapeie fisicamente e proteja urgentemente o território dos Kawahiva.

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