Vitória na campanha para salvar a tribo mais ameaçada do mundo
25 abril 2014
Esta página foi criada em 2014 e talvez contenha linguagem obsoleta.
Em uma vitória sem precedentes na campanha para salvar a tribo mais ameaçada do mundo, o governo brasileiro anunciou que todos os invasores foram removidos do território indígena Awá na Amazônia oriental.
A notícia vem exatamente dois anos depois da Survival International e a estrela de Hollywood Colin Firth lançarem uma campanha global para salvar os Awá da extinção – estabelecendo um novo recorde na história da Survival e de seus esforços para proteger a terra de povos indígenas.
Sob pressão internacional sem precedentes, o governo brasileiro enviou um esquadrão terreno de centenas de agentes para remover os madeireiros e fazendeiros ilegais da terra dos Awá, em janeiro de 2014. Depois de um sobrevôo da área na semana passada, um Procurador e um Juiz que trabalham no caso entregaram aos Awá um documento oficial confirmando que todos os não-índios foram removidos do seu território.
A terra dos Awá contem algumas das últimas áreas remanescentes de floresta na Amazônia oriental, apesar dos madeireiros ilegais terem destruído mais de 34% da floresta no território Awá.
Especialistas brasileiros tinham avisado que os Awá, uma das últimas tribos de caçadores-coletores nômades da Amazônia, enfrentam a extinção se nenhuma ação fosse tomada. Cerca de 100 Awá permanecem isolados e são particularmente vulneráveis a doenças trazidas de fora, que poderiam dizimá-los.
Os Awá já tinham feito inúmeros apelos desesperados pedindo para a remoção dos invasores, muitos dos quais estavam armados, com uma história de ataques violentos contra os índios.
Um homem Awá disse, ‘Não podemos caçar… não matamos nada. Os madeireiros ficam muito tempo na área… Estão soando os tratores, as motoserras, e os carros que carregam madeira.’
Nixiwaka Yawanawá, um índio da Amazônia em Londres, disse: ‘Esta importante vitória surgiu por causa da campanha incansável da Survival International e seus aliados no Brasil para proteger as florestas e as vidas de meus parentes, e a pressão da comunidade internacional sobre o governo brasileiro para proteger as terras dos povos indígenas, de acordo com a Constituição brasileira. Agradecemos a todos os apoiadores que nos mostraram solidariedade nesta luta pela vida.’
Fatos e números da campanha Awá:
- Mais de 57.000 mensagens foram enviadas ao Ministro da Justiça do Brasil pedindo-lhe para tomar ação urgente para remover os madeireiros.
- Dezenas de celebridades, como o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, o compositor Heitor Pereira, a atriz Gillian Anderson, a estilista de moda Vivienne Westwood, o músico Julian Lennon, e muitos outros, apoiaram a campanha.
- Centenas de íconesAwá – a logomarca da campanha – foram fotografados em lugares famosos em 38 países.
- Três campanhas publicitárias trouxeram a situação dos Awá à atenção de milhões de pessoas ao redor do mundo.
- A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, líder de direitos humanos nas Américas, pediu respostas do Brasil, após receber uma petição urgente da Survival e da ONG CIMI, que tem trabalhado em estreita colaboração com os Awá há décadas.
- A luta dos Awá, e as notícias da campanha, apareceram na mídia internacional, inclusive na revista Vanity Fair, e no Globo.
Agora a Survival está pedindo às autoridades brasileiras para colocar em prática um programa permanente de proteção de terra para manter os invasores fora da terra dos Awá.
O Diretor da Survival, Stephen Corry, disse hoje, ‘Nós não estaríamos vendo esse sucesso fenomenal hoje sem a campanha pública, que pressionou o governo brasileiro a agir. É prova concreta de que uma onda de apoio do público é a forma mais eficaz para garantir a sobrevivência dos povos indígenas. Os apoiadores dos Awá em todo o mundo devem agora manter a pressão para assegurar que sejam tomadas medidas adequadas para manter os invasores fora.’
Notas para editores:
- Baixe uma cronologia da campanha Awá (pdf, 441KB)
- Outros sucessos nas campanhas da Survival International incluem a demarcação do território Yanomami em 1992 e o apoio dos bosquímanos no Botsuana, para viver em suas terras ancestrais na Reserva de Caça no Kalahari Central.