Pare o genocídio indígena

O Presidente Bolsonaro "declarou guerra" contra os povos indígenas do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro perdeu a eleição presidencial de 2022 e seu sucessor, o presidente Lula, assumiu o cargo em janeiro de 2023. Esta página, portanto, não está mais sendo atualizada. Mas as campanhas da Survival no Brasil continuam, especialmente pelos direitos dos povos indígenas isolados, dos Yanomami, dos Guarani Kaiowá, e outros. Clique aqui para agir.

O Presidente Bolsonaro está tentando tirar os direitos dos povos indígenas. Ele quer acabar com a autonomia deles, “integrá-los” à força e roubar as terras indígenas.

Certa vez ele disse: “Pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto a americana, que exterminou os índios.” Sob sua administração, uma área da Amazônia do tamanho de um campo de futebol está sendo desmatada a cada minuto.

Desde o dia 1° de janeiro de 2019, o número de invasões a terras indígenas e de ataques contra as comunidades aumentou drasticamente.

Seu governo está:

  • encorajando o roubo e a destruição de territórios indígenas, além de ataques a comunidades e assassinatos de indígenas;
  • apelando ao contato forçado e à “integração” de povos indígenas isolados. Isso pode exterminar povos inteiros;
  • empurrando um projeto de lei para abrir territórios indígenas à mineração em grande escala e planos para entregar terras ao agronegócio;
  • apoiando a proposta do “Marco Temporal” que afirma que se os indígenas não estivessem vivendo em suas terras em 5 de outubro de 1988 – data da assinatura da Constituição do Brasil – eles não teriam o direito de permanecer lá. Se aprovado, centenas de territórios indígenas podem ser afetados e dezenas de povos indígenas isolados estariam em risco;
  • incentivando à disseminação da COVID-19 em territórios indígenas, deixando de protegê-los contra invasores e bloqueando planos de proteção para o combate do vírus nas aldeias;
  • restringindo as ações de órgãos governamentais essenciais – incluindo a FUNAI e o IBAMA – responsáveis ​​pela proteção e defesa das terras e vidas dos povos indígenas;
  • planejando abrir terras de povos indígenas isolados para a exploração, acabando com portarias de restrição de uso, um regulamento que torna ilegal a invasão dessas terras;
  • apoiando o projeto de lei PL490, conhecido como “Projeto da morte”, que reúne os elementos mais perigosos de uma série de projetos de lei e emendas constitucionais que visam o roubo de terras dos povos indígenas. Inclui o Marco Temporal e permite o contato forçado com povos indígenas isolados e o roubo de terras indígenas para o garimpo, agronegócio e muito mais.

Essas ações podem dizimar dezenas de indígenas isolados e ser um desastre para centenas de milhares de indígenas em todo o Brasil.

Será que o ar que ele respira é diferente do que respiramos?
Reginaldo Apyawa

© Sarah Shenker/Survival International

O Brasil hoje é o lar de aproximadamente 305 povos indígenas, incluindo cerca de 100 povos isolados. Agora, todos estão em perigo.

A Survival International luta junto dos povos indígenas do Brasil há 50 anos: por sua sobrevivência, pela proteção de suas terras, alguns dos locais mais biodiversos do mundo, pela saúde do nosso planeta e por toda a humanidade.

Você pode se juntar à luta contra o genocídio.

Assista e compartilhe as importantes mensagens dos povos indígenas e siga #VozIndígena!

Esse é sem dúvida um dos piores momentos para os povos indígenas desde a ditadura militar.
Beto Marubo

Em todo o país, os indígenas estão reagindo

© Sarah Shenker

A APIB, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, afirmou: “Temos o direito de existir! Não vamos recuar. Não vamos hesitar em denunciar esse governo nos quatro cantos do mundo.”

Os povos indígenas do Brasil, a Survival International, seus apoiadores e aliados estão reagindo enquanto o presidente planeja roubar suas terras, destruir suas vidas e aniquilá-los como povos.

No primeiro mês do governo Bolsonaro, os povos indígenas lideraram a maior manifestação internacional da história pelos direitos indígenas, ao elevar as nossas vozes juntas, já fez a diferença.

Os povos indígenas frustraram as tentativas de Bolsonaro de desmantelar a FUNAI

Bolsonaro tentou desmantelar a FUNAI, a Fundação Nacional do Índio, e facilitar ao agronegócio e às indústrias extrativistas a exploração dos recursos das terras indígenas.

No seu primeiro dia no governo:

 

Ele tirou a FUNAI do Ministério da Justiça e a colocou sob a competência do recém-criado Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, onde a ministra Damares Alves, uma pastora evangélica que possui histórico de apoio a políticas anti-indígenas, teria bastante influência nos assuntos indígenas.
Ele retirou a responsabilidade de demarcar terras indígenas da FUNAI e a transferiu para o Ministério da Agricultura. O secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério é Nabhan Garcia que tem lutado há anos contra a demarcação de terras indígenas.

 

 

Mas Bolsonaro perdeu e essas medidas não foram aprovados no Congresso.

Essa foi uma grande vitória para os povos indígenas e seus parceiros que apoiam a luta indígena, através da pressão e do ativismo que temos feito desde o início desse governo anti-indígena.
Paulo Tupiniquim

© Fabio Nascimento / Mobilização Nacional Indígena

Os indígenas evitam a extinção da SESAI

A administração do presidente Bolsonaro queria extinguir o sistema de saúde indígena coordenado pela SESAI, a Secretaria Especial de Saúde Indígena.

Ele perdeu de novo. Em várias partes do país, povos indígenas protestaram, ocupando prédios do governo e rodovias em apoio à SESAI.

Depois de mais ou menos uma semana desde que a proposta foi cogitada, o governo voltou atrás e disse que a SESAI não seria extinta.

© Mídia Índia
© CIMI/Survival

Vamos resistir. Se somos os primeiros a sermos atacados, seremos os primeiros a reagir.
Sonia Guajajara

© Rosa Gauditano/APIB/Survival International

É hora de fazer as vozes indígenas ecoarem nos quatro cantos do mundo. Manifeste-se e aja em solidariedade.

Não iremos desistir até que os povos indígenas sejam respeitados como sociedades contemporâneas, em controle de suas vidas e de suas terras, e livres para determinar seu próprio futuro.

Confira manifestações das organizações indígenas

A Survival tem 50 anos de experiência de campanhas eficazes que dão resultado. Desde 1969, em parceria com povos indígenas, temos feito mais de 50 campanhas bem sucedidas no Brasil, e mais de centenas em todo o mundo.

Conseguimos parar madeireiros, garimpeiros e companhias de petróleo que estavam destruindo terras e vidas indígenas. Pressionamos governos a reconhecer os direitos indígenas. Nós continuaremos a documentar e expor atrocidades cometidas contra os povos indígenas e faremos ações diretas para pará-las. Com seu apoio, podemos acabar com a guerra do Bolsonaro contra os povos indígenas: pelos povos indígenas, pela natureza, por toda a humanidade.

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