Indígenas brasileiros sequestrados por fazendeiros
23 setembro 2015
Esta página foi criada em 2015 e talvez contenha linguagem obsoleta.
Membros de uma das tribos brasileiras mais perseguidas foram sequestrados por fazendeiros que ocuparam suas terras e que também atacaram sua comunidade, forçando mulheres e crianças a fugir.
Os índios Guarani da comunidade Pyelito Kuê reocuparam uma fração de suas terras semana passada e estão sob ataque desde então. Há relatos de que uma mulher Guarani foi estuprada e espancada, e encontra-se hospitalizada agora.
Hoje, mais cedo, pistoleiros contratados pelos fazendeiros voltaram a atacar os índios. Os relatos incluem diversas pessoas feridas, com muitas mais fugindo em pânico para uma pequena área de floresta. Cerca de 30 índios foram forçados a entrar na traseira de um caminhão, levados embora e finalmente abandonados na beira de uma estrada.
Equipamentos de comunicação do projeto Voz Indígena, usados pelos índios para se comunicar com o mundo exterior, foram destruídos pelos pistoleiros.
Veja Márcio Guarani, de Pyelito Kuê, reivindicar que o governo brasileiro demarque suas terras (via Voz Indígena, em julho de 2015):
Os índios suportaram anos vivendo em reservas superpopulosas, em um pequeno pedaço de terra entre um rio e um mar de soja, e no meio de uma plantação de eucaliptos. Todas as suas terras foram tomadas por fazendeiros, cujos pistoleiros os atacam regularmente.
O líder da comunidade, Márcio, disse à Survival International, o movimento global pelos direitos dos povos indígenas: “É terrível. Os pistoleiros nos atacaram na noite mesmo. Queimaram tudo. Atiraram em nós. Alguns dos meus parentes foram feridos e muitos fugiram. Não sei onde estão nem como estão agora. Faremos tudo o necessário para retomar nossa terra. Nunca pararemos.”
Este foi o mais recente de uma série de ataques violentos perpetrados por fazendeiros contra os Guarani. De acordo com a constituição brasileira, todos os territórios indígenas deveriam ter sido devolvidos até 1993, mas, passados 22 anos, muitos indígenas permanecem sem terra e destituídos.