Brasil: 'desespero' Guarani após assassinato de líder
5 novembro 2014
Esta página foi criada em 2014 e talvez contenha linguagem obsoleta.
Uma líder indígena foi morta no centro-oeste do Brasil, depois de lutar pela demarcação da terra ancestral de sua tribo.
Relata-se que a Marinalva Manoel, uma indígena Guarani de 27 anos, foi estuprada e apunhalada até a morte. Seu corpo foi encontrado ao lado de uma estrada no sábado.
No mês passado, a Marinalva viajou mais de 1.000 km até a capital, Brasília, com uma delegação de líderes Guarani, para instar que as autoridades demarquem suas terras ancestrais antes que mais dos seus parentes sejam mortos.
O Conselho Guarani, a Aty Guasu, através do qual os Guarani fazem suas demandas, divulgou uma carta pedindo que as autoridades investiguem o assassinato, e proclamando: “Chega de morte Guarani Kaiowá!”
Líderes Guarani são frequentemente atacados e mortos por pistoleiros contratados pelos fazendeiros que ocupam terras indígenas e ganham enormes lucros da cana de açúcar, soja e gado, enquanto os Guarani moram em reservas superlotadas e acampamentos nas beiras de estradas.
Sofrendo taxas alarmantes de desnutrição, violência e suicídio, às vezes os Guarani decidem reocupar pequenas partes de sua terra ancestral que foi roubada deles há décadas, e sem a qual não podem sobreviver. Sete comunidades que fizeram tais retomadas recentemente, incluindo a comunidade de Marinalva, agora enfrentam ordens de despejo que podem forçá-las a sair de sua terra novamente.
Eliseu Lopes, um líder Guarani disse à Survival, “Estamos lutando por nossa terra, e estamos sendo mortos, um por um. Eles querem acabar com nós… Estamos desesperados, mas não vamos desistir.”